Neste episódio do SommCast, recebemos Vincenzo Protti, enólogo formado pela Universidade de Bolonha, sales manager da GioWine e apaixonado por promover a cultura do vinho italiano no Brasil. Vincenzo compartilha sua história que começa literalmente na barriga da mãe, cercado por parreirais na Itália, até a mudança para o Brasil por amor e por carreira. Com uma visão única, ele analisa o mercado latino-americano e o espaço que os vinhos italianos vêm conquistando, mesmo diante de barreiras logísticas, culturais e econômicas.
Ao longo da conversa, exploramos o perfil do consumidor brasileiro, as diferenças regionais no paladar, e a importância de estratégias inteligentes de importação e comunicação. Vincenzo explica as particularidades de rótulos como o Montepulciano d’Abruzzo e o Amarone, trazendo curiosidades sobre técnicas de produção e dicas de harmonização — incluindo o desafio de combinar vinho com alcachofra.
Este episódio é um verdadeiro mergulho na cultura, tradição e inovação do vinho italiano, com insights valiosos para consumidores, profissionais e apaixonados pela enogastronomia.
🍇 Trajetória e Cultura Italiana do Vinho
Vincenzo conta como cresceu em uma família onde o vinho fazia parte do dia a dia, inclusive em pequenas doses na infância, seguindo a tradição italiana. Formado em Enologia pela Universidade de Bolonha, também estudou o mercado de vinhos na China há duas décadas, adquirindo uma perspectiva global que hoje aplica no Brasil.
🌎 Mercado de Vinho Italiano na América Latina
Os vinhos italianos representam cerca de 10% do mercado importado brasileiro, mas enfrentam desafios como altos impostos e burocracia. A GioWine aposta em estratégias regionais para aproximar o consumidor e ampliar a presença de vinhos brancos, rosés e tintos icônicos.
🍷 Perfil do Consumidor Brasileiro e Paladar
No Brasil, há uma preferência por tintos encorpados com leve doçura, especialmente no Nordeste. Já em polos como São Paulo, consumidores tendem a buscar vinhos mais secos e complexos. Vincenzo defende a união entre produtores e importadores para fortalecer o mercado interno.
🍽️ Harmonização e Técnicas de Produção
Ele explica o método de appassimento usado no Amarone, que desidrata as uvas para concentrar aromas e sabores, criando vinhos intensos e longevos. O Montepulciano d’Abruzzo, por sua vez, é versátil e ideal para pratos de carne. Vincenzo também comenta o desafio de harmonizar vinhos com alcachofra e a importância de ousar nas combinações.
🛫 Mudança para o Brasil e Experiência Profissional
Chegando ao Brasil por amor e oportunidade, Vincenzo precisou se adaptar rapidamente ao mercado local e ao comportamento do consumidor, mantendo contato próximo com vinícolas italianas para assegurar autenticidade no portfólio.
📊 Curadoria e Portfólio de Vinícolas
A seleção da GioWine prioriza vinícolas de tradição e qualidade, evitando sobreposição de estilos. Regiões como Friuli, Piemonte e Toscana são protagonistas, entregando diversidade e consistência.
🍾 Tendências Pós-Pandemia
O aumento no consumo de brancos e rosés acompanha mudanças no estilo de vida, com maior atenção à leveza, frescor e saúde, tendência que deve crescer no Brasil.
💬 Educação e Comunicação
Vincenzo reforça que eventos, degustações e conteúdos digitais — como podcasts — são ferramentas estratégicas para quebrar barreiras culturais e aproximar o público brasileiro da riqueza e diversidade do vinho italiano.
Vincenzo Protti é enólogo formado pela Universidade de Bolonha, na Itália, e atua como sales manager da GioWine, empresa especializada na importação e distribuição de vinhos italianos na América Latina. Criado em uma família onde o vinho fazia parte do dia a dia desde a infância — literalmente, desde a barriga da mãe —, Vincenzo carrega a tradição vinícola italiana no DNA e a combina com uma visão estratégica do mercado brasileiro e latino-americano.
Na Itália, é comum que o vinho seja parte da cultura familiar, presente nas refeições e nas conversas. Vincenzo cresceu entre vinhedos e produtores, vivenciando desde cedo a colheita, a vinificação e a degustação — até mesmo experimentando vinho diluído quando criança, como manda a tradição. Essa vivência prática, somada à formação acadêmica e ao estudo do mercado internacional, moldou sua paixão e conhecimento.
A GioWine é uma importadora que conecta o consumidor brasileiro a vinhos autênticos da Itália, com um portfólio curado que valoriza a diversidade regional. O trabalho de Vincenzo envolve identificar vinícolas que mantenham a tradição, mas também inovem em qualidade e estilo, garantindo que os rótulos importados atendam às preferências e tendências do público local.
Vincenzo aponta os altos impostos de importação, a burocracia e a logística como barreiras significativas. Além disso, existe a necessidade de educar o consumidor sobre estilos menos conhecidos e incentivar a experimentação, para que a percepção sobre o vinho italiano vá além de rótulos icônicos como Chianti ou Prosecco.
Atualmente, o vinho italiano representa cerca de 10% das importações no Brasil, um percentual que poderia ser maior se houvesse incentivos fiscais e mais ações de promoção. Apesar disso, a qualidade e a tradição dos rótulos italianos mantêm a categoria bem posicionada no segmento premium.
O gosto varia por região: no Nordeste, há preferência por tintos mais encorpados e com leve dulçor; em centros como São Paulo e Porto Alegre, o consumidor tende a buscar vinhos mais secos e complexos. Vincenzo observa que, em todo o país, ainda existe curiosidade por vinhos italianos, mas é preciso criar experiências que aproximem o público dessa diversidade.
Segundo Vincenzo, é uma questão cultural e de adaptação ao paladar, especialmente para consumidores iniciantes. O dulçor suaviza a percepção de acidez e taninos, tornando a experiência mais agradável para quem está começando a explorar o universo do vinho.
O Montepulciano d’Abruzzo é um tinto versátil, com corpo médio a encorpado, notas frutadas e taninos equilibrados, ideal para acompanhar carnes assadas, massas com molho de tomate e embutidos. É um vinho que une tipicidade e acessibilidade, sendo excelente porta de entrada para o vinho italiano.
O Amarone della Valpolicella é elaborado pelo método “appassimento”, no qual as uvas passam por um período de secagem antes da fermentação, concentrando açúcares, aromas e estrutura. O resultado é um vinho intenso, complexo e de grande longevidade, perfeito para harmonizar com pratos robustos, como carnes de caça, ou para ser apreciado sozinho em momentos especiais.
Harmonizar vinhos com alcachofra é um desafio por causa da cinarina, composto que altera a percepção do paladar. Vincenzo destaca que, para esse vegetal, vinhos brancos frescos e aromáticos ou espumantes brut podem ser alternativas interessantes para equilibrar o sabor.
Ele chegou ao país motivado tanto pela carreira quanto pelo amor, enfrentando as dificuldades naturais de adaptação cultural e profissional. O contato direto com importadores, distribuidores e consumidores brasileiros foi fundamental para entender as nuances do mercado e ajustar estratégias.
A seleção prioriza diversidade regional, tradição familiar e consistência de qualidade. Regiões como Friuli, Piemonte e Toscana têm presença forte no portfólio, mas sempre com o cuidado de não sobrecarregar com marcas muito similares, garantindo diferenciação para o consumidor.
Vincenzo observa um crescimento contínuo no consumo de vinhos brancos e rosés, associado a um estilo de vida mais leve e saudável. O público está mais aberto a explorar rótulos diferentes, especialmente em climas quentes, onde esses estilos se adaptam melhor.
Degustações, eventos e conteúdos como podcasts são essenciais para aproximar o consumidor da história, dos métodos e das regiões produtoras. Vincenzo acredita que quanto mais informado o público estiver, maior será a valorização do vinho italiano e sua diversidade.
Ele sugere não se limitar aos rótulos mais famosos e experimentar diferentes regiões e uvas, como Verdicchio, Aglianico ou Nero d’Avola. Também recomenda prestar atenção na harmonização, explorando pratos típicos italianos ou adaptando receitas brasileiras.
O episódio está disponível no YouTube, Spotify, Apple Podcasts e Amazon Music, permitindo que você escolha seu formato favorito — seja assistindo à conversa ou ouvindo enquanto aproveita uma boa taça.
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