Neste episódio do SommCast, recebemos a multifacetada Jéssica Marinzeck: DipWSET, mestranda em comportamento do consumidor, ex-professora de história da arte, ex-comissária de bordo, ex-Evino, empreendedora e atualmente embaixadora da Berkmann Brasil para marcas icônicas como De Martino, Torres e Matías Riccitelli. Uma conversa divertida, provocadora e cheia de insights sobre consumo, acessibilidade, linguagem e experiências no universo do vinho.
Ao longo do bate-papo, Jéssica compartilha sua trajetória — do “sangue de boi” na infância na Zona Leste de São Paulo até os vinhos de altitude em Mendoza, passando por experiências em Londres, Malta, Emirados Árabes e Floripa. Ela reflete sobre as transformações do mercado, os desafios da educação enológica tradicional e o papel do sommelier como agente de hospitalidade e não apenas de técnica.
Repleto de histórias de viagens, bastidores de mercado e provocações inteligentes, este episódio é um convite para repensar como falamos (e sentimos) o vinho. Uma aula leve e divertida, sem filtros, com risadas inconfundíveis e reflexões preciosas sobre o presente e o futuro da nossa cultura enogastronômica.
🍷 Primeira memória com vinho
Jéssica relembra suas origens na Zona Leste e a curiosidade despertada ainda criança com o “sangue de boi”. A virada de chave veio anos depois, com um Carménère chileno que abriu as portas para aromas e complexidades que mudariam seu olhar sobre a bebida.
🎨 Da arte para o vinho: um percurso não-linear
Antes do vinho, veio a arte. Como educadora em museus como o Itaú Cultural e a Bienal, Jéssica se viu diante da necessidade de buscar novos caminhos. A profissão de comissária de bordo a levou a Dubai, onde o contato com vinhos internacionais mudou seu destino.
✈️ Experiência internacional e educação em vinho
Morando em Malta e estudando em Londres, mergulhou em bares, degustações e cursos, conquistando o DipWSET e tornando-se uma das pioneiras no Brasil com esse título. Passou a dar aulas e a inspirar uma nova geração de profissionais.
🛍️ Evino, empreendedorismo e o varejo real
Trabalhou como compradora na Evino e empreendeu com um quiosque de vinhos em shopping, vivências que ampliaram sua visão prática sobre consumo, linguagem e os dilemas da comunicação no varejo de vinhos.
📚 Pós-graduação, mestrado e crítica ao ensino tradicional
Com estudos em comportamento do consumidor, Jéssica passou a questionar a padronização elitista do ensino de vinho. Defende uma comunicação empática, acessível e conectada à realidade cultural e social brasileira.
🥂 Consultoria como solução para restaurantes
Ela aponta os desafios do modelo tradicional do sommelier de salão e defende as consultorias como alternativa estratégica para bares e restaurantes, garantindo serviço de qualidade sem os altos custos fixos.
🌿 Sustentabilidade real: além do marketing
Apresenta projetos de marcas que representa, como a viticultura regenerativa da Torres, a valorização de terroirs da De Martino e a ousadia criativa de Riccitelli. Para ela, sustentabilidade também envolve justiça social e práticas transparentes.
🌍 Ativismo cultural e propósito enológico
Jéssica acredita que o vinho deve ser ponte, e não barreira. Defende que o Brasil precisa criar sua própria forma de falar sobre vinho, respeitando regionalidades, evitando elitismos e priorizando a escuta ativa do consumidor.
🏖️ Viagens, aprendizados e amores por cidades
Histórias bem-humoradas e afetivas de Barcelona, Atacama, Londres, Floripa, Paris e São Paulo — sempre atravessadas pela curiosidade, pela busca de conhecimento e pela paixão pelo vinho.
Jéssica é DipWSET, mestranda em comportamento do consumidor, ex-professora de História da Arte, ex-comissária de bordo, empreendedora e hoje embaixadora da Berkman Brasil para marcas como De Martino, Família Torres e Matías Riccitelli. É reconhecida por sua abordagem plural e por sua capacidade de traduzir o vinho em uma linguagem acessível, conectada à vida real e ao consumidor brasileiro.
Sua origem está ligada à Zona Leste de São Paulo, onde o “sangue de boi” foi a primeira referência de vinho. O divisor de águas aconteceu anos depois, na faculdade, com um Carménère chileno que despertou curiosidade pelos aromas e pela complexidade da bebida. Esse momento marcou a transformação de uma experiência casual em uma paixão profissional.
Antes do vinho, Jéssica construiu carreira como arte-educadora, atuando em instituições como o Itaú Cultural e a Bienal de São Paulo. Diante de baixos salários e uma rotina desgastante, decidiu se tornar comissária de bordo, profissão que a levou para Dubai e abriu portas para o universo do vinho internacional — especialmente através da Emirates, onde as rotas e os vinhos servidos a bordo foram um novo campo de aprendizado.
Jéssica morou em Malta, estudou em Londres e frequentou bares, wine bars e degustações em ritmo intenso. Cursou WSET até o Diploma e deu aulas na Enocultura, tornando-se uma das pioneiras brasileiras no ensino avançado de vinho. Essas vivências moldaram sua visão crítica e multicultural sobre consumo e comunicação.
Trabalhou como compradora de vinhos na Evino em duas fases diferentes. Entre essas passagens, empreendeu com um quiosque de vinhos em shopping, enfrentando na prática os desafios de vender vinho ao consumidor final. Essa experiência reforçou a importância de criar uma linguagem acessível e próxima da realidade cotidiana.
Com sua pós-graduação e atual mestrado em comportamento do consumidor, Jéssica passou a questionar a linguagem padronizada e pouco inclusiva do ensino enológico. Defende que a comunicação precisa ser mais empática, adaptada ao Brasil e conectada às necessidades reais do consumidor — menos fórmulas importadas, mais escuta ativa.
Segundo Jéssica, a profissão enfrenta desafios, como a alta rotatividade de equipes e os custos de manter um sommelier fixo. Por isso, enxerga consultorias especializadas como um modelo viável para bares e restaurantes, garantindo qualidade no serviço de vinhos sem sobrecarregar a operação.
Para Jéssica, sustentabilidade vai além do marketing. Ela apresenta os projetos das vinícolas que representa: a viticultura regenerativa da Torres, a busca obsessiva pela origem da De Martino e a criatividade ousada de Matías Riccitelli. Sustentabilidade é vista em todas as etapas: no manejo do solo, no uso de insumos, na garrafa e também no salário justo para trabalhadores.
Jéssica acredita que o vinho deve ser ponte, não barreira. Isso implica ouvir o consumidor, respeitar regionalidades, adaptar a linguagem e evitar elitismos. Para ela, o Brasil precisa desenvolver uma forma própria de comunicar vinho, em sintonia com sua cultura e diversidade.
De viagens ao Atacama, Barcelona, Floripa, Londres e Paris até o retorno constante a São Paulo, Jéssica divide memórias bem-humoradas e afetivas. Essas narrativas mostram o vinho como parte inseparável da vida, marcado por pessoas, lugares e experiências.
Jéssica é conhecida por sua risada inconfundível e contagiante, que se tornou marca registrada em sua presença em aulas, degustações e agora no SommCast. Esse traço pessoal reforça a leveza com que encara o vinho: mais sobre conexão e emoção do que sobre fórmulas rígidas.
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