Você sabe o que faz da cachaça um dos destilados mais singulares do mundo? Neste episódio especial do SommCast, recebemos Luis Pero, fundador da Cachaçaria SP no icônico Edifício Copan, em São Paulo. Mais do que empreendedor, Luis é um contador de histórias apaixonado, que traz séculos de cultura líquida condensados em copos de alambique, madeiras brasileiras e narrativas que unem prazer e identidade nacional.
A conversa resgata as raízes históricas da cachaça — anterior até ao rum — e revela os bastidores da produção artesanal no Brasil. Do papel das leveduras no terroir às harmonizações com queijo e charcutaria, passando por debates sobre tributação, marketing e reconhecimento internacional, Luis mostra por que a cachaça merece estar no mesmo patamar de prestígio dos grandes vinhos e destilados do mundo.
Se você ainda pensa em cachaça como “tudo igual” ou guarda a lembrança de um porre mal resolvido, prepare-se para mudar de ideia. Este episódio é uma defesa apaixonada da cachaça como patrimônio cultural, sensorial e gastronômico do Brasil. Dê o play e descubra um universo que vai muito além da caipirinha.
🍹 O verdadeiro significado de “cachaceiro”
Luis resgata o orgulho da palavra: assim como padeiro faz pão, cachaceiro é quem trabalha com cachaça. Ele explica como a legislação brasileira já reconhece oficialmente profissões como mestre alambiqueiro e mestre cachaceiro.
📜 A Revolta da Cachaça e o Dia 13 de Setembro
Um mergulho na história: em 1661, a cachaça foi símbolo de resistência contra a Coroa Portuguesa. A data virou o Dia da Cachaça, lembrando que esse foi o primeiro produto brasileiro a ser oficialmente taxado.
🏢 A história da Cachaçaria SP no Copan
Luis conta como surgiu a ideia de abrir a primeira loja 100% dedicada à cachaça em São Paulo. Localizada no coração do centro turístico, atrai curiosos estrangeiros e brasileiros que redescobrem sua bebida nacional.
🔬 Degustação guiada e vendas consultivas
Na Cachaçaria SP, ninguém compra sem provar. Luis defende que vender cachaça é educar: flights comparativos revelam diferenças entre madeiras, regiões e estilos.
🌎 Por que o rum é famoso e a cachaça não?
Uma reflexão crítica sobre branding, identidade nacional e barreiras culturais. Luis provoca: se fosse chamada de “rum agrícola brasileiro”, a cachaça já teria conquistado o mundo.
🌳 Madeiras brasileiras x carvalho europeu
Amburana, bálsamo, jequitibá, ipê: a diversidade de madeiras é a alma da cachaça. Luis explica por que o segredo está na interação com o líquido — mais do que no tempo de envelhecimento.
🧬 Levedura como expressão do terroir
Assim como no vinho, a cachaça carrega assinatura regional pela fermentação. De Paraty a Salinas, cada levedura nativa imprime personalidade e autenticidade à bebida.
🧀 Harmonizações inesperadas
Cachaça dissolve gordura, o que a torna perfeita com torresmo, queijos e charcutaria. Experiências feitas na loja mostram como esse casamento exalta sabores tipicamente brasileiros.
🏗️ Copan, design e garrafa-ícone
A “Cachaça Copan” nasceu como blend autoral e se tornou peça de design, em garrafa de porcelana que homenageia as curvas do edifício — síntese de São Paulo engarrafada.
🔥 Cachaça boa não queima!
Luis desmistifica o mito: o que queima é acidez mal resolvida. Ele ensina como degustar e diferenciar uma boa cachaça artesanal de um destilado desequilibrado.
Luis Pero é fundador da Cachaçaria SP, localizada no icônico Edifício Copan, em São Paulo. Mais que empresário, ele é um verdadeiro contador de histórias da cachaça, reunindo tradição, cultura e identidade em cada rótulo que seleciona e apresenta.
Ao contrário da conotação pejorativa, Luis explica que cachaceiro é quem trabalha com cachaça, assim como o padeiro trabalha com pão. Hoje, já existem profissões reconhecidas legalmente, como mestre alambiqueiro e mestre cachaceiro, valorizando esse ofício.
A data remete à Revolta da Cachaça de 1661, quando produtores brasileiros se insurgiram contra a Coroa Portuguesa após o destilado ser o primeiro produto nacional oficialmente taxado. Desde então, a cachaça passou a simbolizar resistência e identidade cultural.
Luis percebeu que São Paulo não tinha cachaçarias, ao contrário de capitais como Belo Horizonte e Recife. Abriu a loja no coração do turismo paulistano, atraindo estrangeiros curiosos e brasileiros que buscam presentes regionais com significado.
Para Luis, não existe venda sem degustação. Cada cliente passa por uma prova guiada, experimentando cachaças de diferentes madeiras e estilos. Assim, o consumidor aprende, sente e leva para casa não apenas uma garrafa, mas uma experiência cultural.
Segundo Luis, a diferença está no marketing e na identidade comercial. O rum soube se internacionalizar, enquanto a cachaça ainda luta contra preconceitos e barreiras linguísticas. Ele provoca: se chamássemos a cachaça de “rum agrícola brasileiro”, ela teria muito mais reconhecimento global.
Diferente do carvalho europeu, a cachaça pode ser envelhecida em amburana, bálsamo, jequitibá, ipê e outras madeiras nativas. Mais do que o tempo em barrica, é a relação entre a madeira e o líquido que define aromas, sabores e identidade da bebida.
Assim como no vinho, o terroir da cachaça se revela principalmente nas leveduras locais, que conduzem a fermentação. Paraty, Salinas, São Paulo — cada região imprime nuances próprias, mostrando que a cachaça também é um produto de território.
Luis defende que a cachaça é perfeita para pratos com gordura e intensidade, já que dissolve e equilibra sabores. Entre os exemplos: torresmo, queijos brasileiros, embutidos e carnes de porco. Na Cachaçaria SP, harmonizações inusitadas já viraram tradição.
É um blend autoral criado por Luis para homenagear o edifício e sua história. Embalada em uma garrafa de porcelana que reproduz as curvas do Copan, a bebida une design, afeto e 7 anos de escuta ativa dos clientes da loja.
Não. Luis desmistifica esse mito: o que queima é a acidez mal resolvida de destilados ruins. Uma cachaça de qualidade é equilibrada, macia e prazerosa. A degustação correta revela camadas aromáticas, frescor e elegância.
A cachaça remonta a 1516, antes mesmo do rum, nas primeiras experiências de destilação com cana-de-açúcar. Ao longo dos séculos, passou de bebida marginalizada a patrimônio cultural brasileiro, representando identidade, resistência e diversidade regional.
A cachaça é um universo amplo, com diferentes estilos, envelhecimentos e madeiras. Só provando lado a lado é possível perceber suas nuances, reconhecer qualidade e quebrar preconceitos históricos.
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